CLUBE: Escola Desportiva e Cultural de Gondomar
Fundada em 1997 as Escolas de Gondomar podem-se já considerar uma equipa de referência do futsal distrital portuense.
É a única equipa da AFP que tem em actividade todos os escalões, quer em masculinos quer em femininos. Notável.
Apesar de ainda jovem as Escolas de Gondomar têm já alguns marcos significativos na sua história. Concretamente: no escalão sénior foi campeão da 2ª divisão distrital em 01/02; em infantis foi igualmente campeão distrital na época de 02/03; em seniores femininos foi campeão distrital em 06/07 e 07/08, sendo nesta última época vice-campeão nacional.
Outro marco significativo foi o facto de passar a ser considerado instituição de utilidade pública desportiva em Agosto de 2009 “por relevantes serviços à comunidade ao promover o desporto junto da população, em geral, e das camadas jovens, em particular, contribuindo assim para o incremento da formação desportiva”.
Para sabermos a realidade actual desta equipa fomos falar com os seus principais dirigentes, nomeadamente Fernando Freitas, o elo de ligação entre todos os escalões e o presidente João Alves, que actualmente acumula a presidência do clube com o cargo de treinador dos seniores.
Pelo presidente/treinador João Alves foi-nos dito que “as Escolas de Gondomar vive um problema de crescimento. Face às equipas de futsal que temos em actividade, que são 8 no total, não temos estruturas suficientes a diversos níveis (directivos, financeiros, etc) para as sustentar. O nosso orçamento global para todo o futsal ascende a cerca de 36.000 euros. Para cumprir este orçamento contamos com os decisivos subsídios camarários e da junta local, sem os quais não poderíamos sobreviver. Para complementar o orçamento contamos com alguns – poucos – patrocínios que arranjamos (sobretudo em material desportivo) e o produto de sorteios que efectuamos. Mesmo assim somos ainda obrigados a cobrar uma mensalidade de 10,00 euros a cada atleta dos escalões de formação até aos juniores. Temos uma pequena sede, que é alugada, onde funciona a secretaria do clube e sala de troféus, sendo aqui que se realizam as reuniões da direcção. Nesta não funciona qualquer bar. Temos apenas uma carrinha de 9 lugares para transporte de atletas, o que é manifestamente pouco para tantas equipas em actividade. Têm de ser os directores, treinadores e amigos do clube a efectuarem o transporte dos atletas da formação para os jogos. Não temos qualquer fisioterapeuta/enfermeiro ao nosso serviço. Temos sócios que têm uma particularidade: não pagam cotas, já que a maior parte deles são jogadores, ex-atletas, directores, secessionistas, que já dão ou deram muito ao clube e era injusto ainda lhes estarem a cobrar dinheiro pelas cotas. Assim resolveram não haver sócios pagantes. Obviamente que face ao referido nada pagamos aos atletas e treinadores.”
Mais disse João Alves que “desportivamente esta está a ser uma época atípica. A começar pelo facto de termos tido já 3 mudanças de treinador. Na verdade e dado que na início da pré época não conseguimos arranjar qualquer treinador, de algum valor, que quisesse orientar, gratuitamente, a nossa equipa sénior, tive de ser eu a tomar conta da equipa, de forma provisória, até conseguir arranjar uma treinador de valor que aceitasse orientar a equipa nas condições acima mencionadas. Isso veio a acontecer já com o campeonato em andamento, entrando o José Monteiro, de quem tínhamos recolhido excelentes informações, as quais se vieram a confirmar. Efectivamente o José Monteiro, durante o mês que esteve a orientar a equipa mostrou trabalho e a equipa evoluiu bastante e conseguiu bons resultados. Por isso, foi com muito pesar que recebi a comunicação do José Monteiro que após o jogo desse fim-de-semana teria de abandonar a equipa em virtude de ter de ir fazer uma comissão de serviço em Timor. A solução que encontrei para o substituir foi convidar o treinador da mossa equipa júnior, o Pedro Alves, para assumir o cargo de treinador dos seniores, tendo o mesmo prontamente aceitado. O Pedro Alves estava a fazer um bom trabalho nos juniores mas nos seniores confrontou-se com deficiências ao nível da liderança com os atletas. Revelou alguma imaturidade, resultante da sua tenra idade. Acresce que os resultados não foram os melhores. Houve pois necessidade de o substituir e dado a ausência de alternativas válidas fui obrigado a reassumir o lugar de treinador até ao final da época. Apesar de todas estas vicissitudes estou plenamente convicto que nos iremos manter na divisão de honra. Tem-nos faltado uma “pontinha” de sorte em alguns jogos pois valor não nos falta. Se assim não fosse não teríamos ganho aos 4 primeiros (Cohaemato, Aves, Sangemil e Santana), Penso até que fomos a única equipa que conseguiu este feito”.
Falamos também com o Fernando Freitas, tendo-nos este referido que “analisando a tabela classificativa parece-me que três pontos serão suficientes para a manutenção. Espero alcança-los já na próxima jornada quando recebermos a Ordem, para que quando nos deslocarmos na última jornada a casa do Jaca (um concorrente directo) não seja um jogo de “vida ou de morte”. Seria uma tremenda injustiça se não conseguíssemos a manutenção”.
PLANTEL SENIOR
Treinador: João Alves
Treinador adjunto: “Gabi”
Atletas: Paulo (gr), Nuno (gr), Tiago (gr), Mota, Sousa (cap), Zé, Dias, Bruno, Luís, Rui, Pedrinho, João Pedro e Caca.
COMENTÁRIO
Complicadíssimas estão as contas pela luta da manutenção. Entre as várias equipas envolvidas ainda está as Escolas de Gondomar. O facto de na 2ª volta ter conseguido apenas 13 pontos fez com que chegasse à penúltima jornada ainda em situação perigosa na tabela classificativa. Terá que ganhar, quase obrigatoriamente, próximo jogo, em que recebe o tranquilo Ordem, para, em condições normais, poder encarar o último jogo (em casa do concorrente directo Jaca) com alguma tranquilidade. Caso não saia vitorioso do jogo com a Ordem o jogo da última jornada seria um jogo de “mata ou morre”.
Da análise dos jogos que observei esta época das Escolas de Gondomar realço o facto, preocupante, da equipa ser a mais batida da divisão de honra. Sofrer tantos golos é a evidência de falta de atitude competitiva, falta de organização e falta de qualidade defensiva.
Em relação è época passada a equipa acusou demasiado a saída, para o Gondomar Futsal, do seu melhor defensor (Ivan) que lhe dava uma grande consistência defensiva.
As sucessivas mudanças de treinador também não ajudam a construir um modelo de jogo, nomeadamente a nível defensivo.
Contudo a equipa tem virtudes. É fortíssima em transições ofensivas. Havendo condições saem com muita velocidade e rapidamente chegam à área adversária. Fazem assim muitos golos.
Individualmente o seu melhor jogador é o capitão Sousa, um fixo de grande categoria, podendo fazer várias posições (universal) sem perda de rendimento. Muito completo, tem nível para jogar nos nacionais.
Defensivamente a equipa iniciou a época a defender 2.2 mas a meio da época mudou para 1.2.1, sistema que continua a utilizar.
Ofensivamente, e por não terem no plantel qualquer atleta com características de pivot, utiliza um 4.0.
Uma palavra final para o actual treinador João Alves. Não tem curso de treinador de futsal. Contudo tem muita experiência de futsal, sabendo fazer uma análise mais ou menos correcta dos jogadores que tem ao seu dispor, explorando-os depois para conseguir os seus objectivos. E isso é sempre de elogiar.
Reportagem: Óscar Rosas
Fotos: Artur Moreira
Fundada em 1997 as Escolas de Gondomar podem-se já considerar uma equipa de referência do futsal distrital portuense.
É a única equipa da AFP que tem em actividade todos os escalões, quer em masculinos quer em femininos. Notável.
Apesar de ainda jovem as Escolas de Gondomar têm já alguns marcos significativos na sua história. Concretamente: no escalão sénior foi campeão da 2ª divisão distrital em 01/02; em infantis foi igualmente campeão distrital na época de 02/03; em seniores femininos foi campeão distrital em 06/07 e 07/08, sendo nesta última época vice-campeão nacional.
Outro marco significativo foi o facto de passar a ser considerado instituição de utilidade pública desportiva em Agosto de 2009 “por relevantes serviços à comunidade ao promover o desporto junto da população, em geral, e das camadas jovens, em particular, contribuindo assim para o incremento da formação desportiva”.
Para sabermos a realidade actual desta equipa fomos falar com os seus principais dirigentes, nomeadamente Fernando Freitas, o elo de ligação entre todos os escalões e o presidente João Alves, que actualmente acumula a presidência do clube com o cargo de treinador dos seniores.
Pelo presidente/treinador João Alves foi-nos dito que “as Escolas de Gondomar vive um problema de crescimento. Face às equipas de futsal que temos em actividade, que são 8 no total, não temos estruturas suficientes a diversos níveis (directivos, financeiros, etc) para as sustentar. O nosso orçamento global para todo o futsal ascende a cerca de 36.000 euros. Para cumprir este orçamento contamos com os decisivos subsídios camarários e da junta local, sem os quais não poderíamos sobreviver. Para complementar o orçamento contamos com alguns – poucos – patrocínios que arranjamos (sobretudo em material desportivo) e o produto de sorteios que efectuamos. Mesmo assim somos ainda obrigados a cobrar uma mensalidade de 10,00 euros a cada atleta dos escalões de formação até aos juniores. Temos uma pequena sede, que é alugada, onde funciona a secretaria do clube e sala de troféus, sendo aqui que se realizam as reuniões da direcção. Nesta não funciona qualquer bar. Temos apenas uma carrinha de 9 lugares para transporte de atletas, o que é manifestamente pouco para tantas equipas em actividade. Têm de ser os directores, treinadores e amigos do clube a efectuarem o transporte dos atletas da formação para os jogos. Não temos qualquer fisioterapeuta/enfermeiro ao nosso serviço. Temos sócios que têm uma particularidade: não pagam cotas, já que a maior parte deles são jogadores, ex-atletas, directores, secessionistas, que já dão ou deram muito ao clube e era injusto ainda lhes estarem a cobrar dinheiro pelas cotas. Assim resolveram não haver sócios pagantes. Obviamente que face ao referido nada pagamos aos atletas e treinadores.”
Mais disse João Alves que “desportivamente esta está a ser uma época atípica. A começar pelo facto de termos tido já 3 mudanças de treinador. Na verdade e dado que na início da pré época não conseguimos arranjar qualquer treinador, de algum valor, que quisesse orientar, gratuitamente, a nossa equipa sénior, tive de ser eu a tomar conta da equipa, de forma provisória, até conseguir arranjar uma treinador de valor que aceitasse orientar a equipa nas condições acima mencionadas. Isso veio a acontecer já com o campeonato em andamento, entrando o José Monteiro, de quem tínhamos recolhido excelentes informações, as quais se vieram a confirmar. Efectivamente o José Monteiro, durante o mês que esteve a orientar a equipa mostrou trabalho e a equipa evoluiu bastante e conseguiu bons resultados. Por isso, foi com muito pesar que recebi a comunicação do José Monteiro que após o jogo desse fim-de-semana teria de abandonar a equipa em virtude de ter de ir fazer uma comissão de serviço em Timor. A solução que encontrei para o substituir foi convidar o treinador da mossa equipa júnior, o Pedro Alves, para assumir o cargo de treinador dos seniores, tendo o mesmo prontamente aceitado. O Pedro Alves estava a fazer um bom trabalho nos juniores mas nos seniores confrontou-se com deficiências ao nível da liderança com os atletas. Revelou alguma imaturidade, resultante da sua tenra idade. Acresce que os resultados não foram os melhores. Houve pois necessidade de o substituir e dado a ausência de alternativas válidas fui obrigado a reassumir o lugar de treinador até ao final da época. Apesar de todas estas vicissitudes estou plenamente convicto que nos iremos manter na divisão de honra. Tem-nos faltado uma “pontinha” de sorte em alguns jogos pois valor não nos falta. Se assim não fosse não teríamos ganho aos 4 primeiros (Cohaemato, Aves, Sangemil e Santana), Penso até que fomos a única equipa que conseguiu este feito”.
Falamos também com o Fernando Freitas, tendo-nos este referido que “analisando a tabela classificativa parece-me que três pontos serão suficientes para a manutenção. Espero alcança-los já na próxima jornada quando recebermos a Ordem, para que quando nos deslocarmos na última jornada a casa do Jaca (um concorrente directo) não seja um jogo de “vida ou de morte”. Seria uma tremenda injustiça se não conseguíssemos a manutenção”.
PLANTEL SENIOR
Treinador: João Alves
Treinador adjunto: “Gabi”
Atletas: Paulo (gr), Nuno (gr), Tiago (gr), Mota, Sousa (cap), Zé, Dias, Bruno, Luís, Rui, Pedrinho, João Pedro e Caca.
COMENTÁRIO
Complicadíssimas estão as contas pela luta da manutenção. Entre as várias equipas envolvidas ainda está as Escolas de Gondomar. O facto de na 2ª volta ter conseguido apenas 13 pontos fez com que chegasse à penúltima jornada ainda em situação perigosa na tabela classificativa. Terá que ganhar, quase obrigatoriamente, próximo jogo, em que recebe o tranquilo Ordem, para, em condições normais, poder encarar o último jogo (em casa do concorrente directo Jaca) com alguma tranquilidade. Caso não saia vitorioso do jogo com a Ordem o jogo da última jornada seria um jogo de “mata ou morre”.
Da análise dos jogos que observei esta época das Escolas de Gondomar realço o facto, preocupante, da equipa ser a mais batida da divisão de honra. Sofrer tantos golos é a evidência de falta de atitude competitiva, falta de organização e falta de qualidade defensiva.
Em relação è época passada a equipa acusou demasiado a saída, para o Gondomar Futsal, do seu melhor defensor (Ivan) que lhe dava uma grande consistência defensiva.
As sucessivas mudanças de treinador também não ajudam a construir um modelo de jogo, nomeadamente a nível defensivo.
Contudo a equipa tem virtudes. É fortíssima em transições ofensivas. Havendo condições saem com muita velocidade e rapidamente chegam à área adversária. Fazem assim muitos golos.
Individualmente o seu melhor jogador é o capitão Sousa, um fixo de grande categoria, podendo fazer várias posições (universal) sem perda de rendimento. Muito completo, tem nível para jogar nos nacionais.
Defensivamente a equipa iniciou a época a defender 2.2 mas a meio da época mudou para 1.2.1, sistema que continua a utilizar.
Ofensivamente, e por não terem no plantel qualquer atleta com características de pivot, utiliza um 4.0.
Uma palavra final para o actual treinador João Alves. Não tem curso de treinador de futsal. Contudo tem muita experiência de futsal, sabendo fazer uma análise mais ou menos correcta dos jogadores que tem ao seu dispor, explorando-os depois para conseguir os seus objectivos. E isso é sempre de elogiar.
Reportagem: Óscar Rosas
Fotos: Artur Moreira
Um comentário:
Parabens pela manutenção. Uma equipa com os pergaminhos das Escolas merecem estar na divisão máxima do distrital da modalidade.
Abraço
Óscar Rosas
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