Futsal – Dia do Clube por Óscar Rosas

Clube: Centro Cultural e Desportivo da Ordem
Fundado em 1976, este clube do lugar da Ordem – Lousada é, claramente, um clube com pergaminhos nos distritais de futsal da AFP.
Na verdade e apesar de actualmente ter equipas federadas em ténis e hóquei é no futsal que a equipa se revê e concentra a sua maior atenção.
Nesta modalidade está filiada na AFP, tendo equipas inscritas nos escalões de Escolas, Juvenis e Seniores.
Neste último escalão compete na divisão de honra (o mais elevado a nível distrital) onde ocupa actualmente o 6º lugar, com 42 pontos obtidos em 28 jogos (falta apenas uma jornada para o campeonato terminar).
Para sabermos mais do momento actual do clube fomos falar com o seu presidente da direcção Jorge Furtado, tendo-nos este dito que ”em termos estruturais o CCD Ordem está, claramente, acima da média das equipas que disputam a divisão de honra. Senão vejamos: somos das poucas equipas que têm um pavilhão próprio, com as vantagens daí inerentes. No pavilhão temos uma sede própria e um bar, que o clube explora. Não possuímos carrinhas de transporte de atletas dado que o aludido transporte é assegurado pela junta de freguesia local no que concerne aos escalões de formação e pela Câmara Municipal de Lousada relativamente aos seniores. Temos uma fisioterapeuta ao nosso serviço (a Síria) que acompanha os seniores do clube e dá apoio aos escalões de formação”.

Quanto aos aspecto económico/financeiro Jorge Furtado disse-nos que “o orçamento global para todo o futsal anda entre os 15 e os 20 mil euros, o qual cumprido com recurso as verbas provenientes do bar, do aluguer do pavilhão, patrocínios que arranjamos e de algum apoio camarário e da junta local (mais vocacionado para as infra-estruturas e a formação).

Não pagamos subsídios ou prémios aos atletas e treinadores, pagando apenas a alguns as despesas de transportes”. Quanto ao aspecto desportivo Jorge Furtado disse que “no início da época o nosso objectivo, assumidamente, era a subida de divisão. Para tal reforçamo-nos com 3 atletas de qualidade comprovada (Ricardinho, Márcio e Hugo) e contratamos um treinador (Paulo Sousa) de quem tínhamos boas referências. Porém, ao fim da 4ª jornada decidimos terminar a ligação com o Paulo Sousa.

A decisão baseou-se no facto da equipa ter conseguido apenas 4 pontos e ter acumulado 2 derrotas consecutivas. Isto, aliado ao facto das exibições não terem sido boas no início da temporada, levou a direcção a substitui-lo por um “homem da casa”, profundo conhecedor do plantel. Tratou-se de Leonardo Ferreira, um técnico que tinha já estado vários anos à frente da equipa e que foi responsável pelo título de campeão da 1ª divisão distrital e consequente subida á divisão de honra.

A equipa melhorou ligeiramente mas, já nesta 2ª volta, o Leonardo Ferreira pediu para sair por motivos profissionais. Compreendemos o motivo que apresentou. A solução encontrada para o substituir foi promover o treinador dos juvenis, Agostinho Peixoto, contando este com o apoio do actual director desportivo Salvador. O 6º lugar que actualmente ocupamos (podendo ainda atingirmos a 5ª posição na última jornada) não reflecte, na minha opinião, o real valor da nossa equipa”. Questionado quanto aos projectos para a próxima época disse ”desde Março que já temos um treinador – e respectiva equipa técnica – contratado para a próxima época. Brevemente divulgaremos o seu nome.

Vamos também reforçar-nos com 4 ou 5 elementos para posições que já estão referenciadas. Teremos um plantel de 16 elementos, não estando previstas dispensas do actual plantel”.
Falamos também com o actual treinador Agostinho Peixoto, tendo-nos este dito que ”foi de emergência que tomei conta da equipa. Aceitei o convite da direcção com “espírito de missão”. Agora que o campeonato está a terminar e numa análise “a frio” posso dizer que a qualidade do nosso plantel justificava uma melhor posição na tabela classificativa”. Questionado quanto ao seu futuro disse “tenho pouco tempo para orientar os seniores. Além disso, eu gosto é de treinar os escalões de formação. Nesse sentido, e dado que fui já convidado a continuar a orientar uma das equipas da nossa formação – ainda a determinar – em principio irei aceitar tal convite".
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FUTSAL SENIOR
Treinador: Agostinho Peixoto
Atletas: Carlos (gr), Zé Henrique (gr), Ricardinho, Zézé, Arlindo, Hugo, Ricardo, André, Rocha, Pipe, Laurindo, Pedro Costa (cap) e Filipe.

Comentário
O arranque do campeonato da Ordem não foi o esperado pelos responsáveis da equipa quer no que concerne a exibições nem, sobretudo, a resultados. A equipa tinha grandes expectativas para esta época. Assim, aconteceu o óbvio: mudança de treinador. A equipa melhorou, estiveram vários jogos sem conhecer o sabor da derrota e por isso subiu, e muito na tabela classificativa. Porém a irregularidade competitiva é um problema sério a resolver. Uma equipa que vence o Aves e empata com o Cohaemato e Sangemil (os 3 primeiros da classificação bem destacados dos restantes) não pode empatar com a Cafetaria do Ouro e o Lever (os 2 últimos) ou ser derrotada em casa pelo Sache e “Romanos.
A equipa já demonstrou em vários jogos que presenciei que pode fazer grandes exibições (como na Cohaemato ou no Sangemil). Contudo, por vezes, a equipa não parece unida no espírito com que encara os jogos e isso, depois, reflecte-se nos resultados.
Parece-me que o actual 6º lugar – ainda com possibilidades de chegar à 5ª posição – se coaduna com o valor intrínseco dos atletas da Ordem.
O valor dos atletas é relativamente equilibrado, mas falta-lhes atletas de “top” que façam a diferença. Mesmo assim destaco 2 atletas: André, um ala inteligente e dinâmico que carrila muito do jogo ofensivo da equipa. O capitão Pedro Costa é um pivot de valor, sabendo jogar bem de costas para a baliza adversário.
Defensivamente a equipa costuma utilizar uma zona mista.
Ofensivamente alterna o 4.0 com um 3.1, um pouco dependente dos atletas disponíveis para cada jogo (por exemplo no último jogo como o capitão Pedro Costa não jogou, por estar lesionado, utilizaram um 4.0).
Uma palavra final para o treinador Agostinho Peixoto. Do pouco que contactei com ele pareceu-me uma pessoa humilde, ciente do seu papel transitório à frente da equipa. O certo é que apresentou resultados satisfatórios, que outros, com mais nome no “mercado” talvez não tivessem apresentado. Um exemplo de dedicação ao clube.
Reportagem: Óscar Rosas

Fotografia: Artur Moreira