Dia do Clube por Óscar Rosas

Dia do Clube - A. C. D. Coopermaia

Fundado em 1983, este clube da Maia está filiado na AFP competindo na divisão de Honra de futsal onde ocupa o 15º lugar com 19 pontos, resultantes de 5 vitórias, 4 empates e 14 derrotas em 23 jogos.
Para sabermos mais do clube fomos falar com Jorge Santos, director responsável pelo futsal do clube tendo-nos este dito que:

“a Coopermaia é uma equipa de estruturas média/baixa comparativamente as restantes equipas que disputam a divisão de honra da AFP. Tal como a maioria das equipas não temos pavilhão próprio mas temos celebrado um protocolo com a Câmara Municipal da Maia para a cedência, gratuita, do Pavilhão Municipal de Gueifães para a realização dos nossos treinos e jogos. Temos porém sede própria. Não temos qualquer viatura para transporte de atletas, sendo esta uma dos motivos por que não temos, desde há alguns anos para cá, formação, uma pecha que logo que possível vamos tentar resolver. Temos uma fisioterapeuta (Mónica Leal) que está sempre presente aos nossos jogos e sempre que possível aos treinos”. Sobre a carreira da equipa sénior referiu que “a direcção do clube tinha noção de que esta época ia ser difícil. Após termos subido esta época à divisão de honra tínhamos alguma expectativa sobre o valor que a equipa teria para jogar nesta divisão, que é extremamente competitiva. A carreira da equipa não está a ser a que esperávamos, até por termos a convicção que temos valor para estar noutra posição (melhor) na tabela classificativa. Contudo, alguma falta de sorte em vários jogos no decorrer da época empurraram-nos para o actual penúltimo lugar da classificação” Questionado quanto ao trabalho do actual treinador disse “que não obstante a problemática situação classificativa da equipa estamos satisfeitos com o trabalho que o treinador Marco Chapelo está a desenvolver. A direcção e o treinador estão em total sintonia”.
Tivemos também um breve contacto com o presidente do clube Carlos Azevedo que nos referiu que “esta época o orçamento global do clube para o futsal ronda os 12.000 euros, provavelmente o mais baixo da divisão de honra. Mesmo assim é com dificuldade que o cumprimos, sendo o mesmo suportado com um subsídio anual que nos é atribuído pela Câmara Municipal da Maia e por patrocínios que conseguimos angariar. Nada pagamos aos atletas e ao treinador”.

FUTSAL SENIOR
Treinador – Marco Chapelo
Atletas: Tiago (gr), Rui (gr), João Bastos, J. Almeida, Diogo (cap.), Fábio Ferreira, Nuno Gouveia, Paulo Pinto, João Reis, Paulo Seara, André Silva “Mega” e David Silva.

Fisioterapeuta: Mónica Leal

Falamos com o treinador Marco Chapelo que nos disse que “como é sabido no início da época eu fazia parte do plantel como atleta (guarda redes). Quando o anterior (Francisco Fardilha) pediu a demissão a direcção decidiu convidar-me para o substituir. Apesar da consciente da difícil posição classificativa na altura (posição de descida automática) resolvi aceitar o convite na esperança de poder inverter a situação. Infelizmente a equipa não melhorou muito devido a vários factores. O principal é que a equipa estava, animicamente, de rastos e não foi possível obter 2/3 resultados positivos seguidos e com isso dar animo aos atletas e aliviar-lhes a pressão. Assim o desânimo instalou-se na equipa e isso reflectiu-se na assiduidade dos jogadores aos treinos, que não está a ser o desejado. E não havendo empenho sério de todos os jogadores não há resultados possíveis. Por outro lado, e de forma realista, pode-se afirmar que o plantel desta época não conseguiu reforços que fizessem esquecer os 2 obreiros maiores da subida de divisão, concretamente o guarda redes Costeira e o goleador Agostinho (o melhor marcador da equipa) que se transferiram esta época para o vizinho Vermoim”.
Comentário:
Da análise dos vários jogos que já presenciei da equipa esta época parece resultar claro que só muito dificilmente equipa escapará à descida de divisão. Nesta 2ª volta apenas uma vitória em 8 jogos é manifestamente pouco e avizinham-se jogos muito difíceis. Na equipa existem muitos desequilíbrios. Ao treinador Marco Chapelo faltam recursos de qualidade, problema agravado pela queda, a pique, dos níveis de confiança da equipa. O jogo que vi no último sábado, contra o Santana, foi o espelho fiel desta temporada. Uma equipa partida, pouco solidária, um treinador isolado, a que se juntou um espírito de desnorte de alguns jogadores sem capacidade de reacção ao 1º desaire (golo do Santana).
Mesmo assim há alguns destaques na equipa, a começar, indiscutivelmente, pelo capitão Diogo. É um fixo muito difícil de ultrapassar. Em campo dá tudo o que tem para dar, tentando empurrar a equipa para a frente. É a “alma” da equipa. Outro jogador interessante é o ala/pivot “Mega”. É rápido, irrequieto e de remate fácil. Tenho porém a ideia que é algo frágil psicologicamente face a resultados negativos.
A equipa, ofensivamente, privilegia um 4.0.
Defensivamente tanto utiliza uma zona mista como também usa (ultimamente) uma pressão a todo o campo, sistema de risco com que a equipa parece estar-se a identificar bem.
Como de costuma uma palavra final para o treinador Marco Chapelo. Foi apanhado de surpresa quando convidado a assumir a equipa, mas disse presente, revelando coragem e confiança no seu trabalho. Parece-me um treinador competente, com um discurso sólido. Um treinador a rever.
Reportagem: Óscar Rosas
Fotografia: Artur Moreira