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quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Artigo de Opinião – Óscar Rosas

Saber ser craque
Vou hoje falar dum tema muito em voga no léxico desportivo português: o craque.
E vou faze-lo abordando-o sob o prisma do "craque que o podia ser o não o é".
Vem-me à ideia a história dum jovem atleta de futsal, que joga numa equipa sénior da Divisão de Honra, do qual fui treinador, que não obstante o inúmero talento que lhe é reconhecido não consegue render em pleno ao serviço do colectivo.
Tal atleta é dos jogadores mais mediáticos do plantel.
Cedo criou um estatuto que ainda hoje não entende na plenitude.
Lidar com a fama não é fácil., porque, sobretudo, exige comportamento que justifiquem tal estatuto, o que, na maioria dos casos, significa trabalho e sobretudo humildade.
Ora craque é aquele que chegado o momento do trabalho, dá tudo o que tem, seja em competição ou em treino.
Um craque fabrica-se com uma dose razoável de talento e uma percentagem enorme de aplicação.
Por isso, dá muito trabalho conquistar o estatuto de craque mas ainda mais mantê-lo.
É este pormenor que muito pretensos craques não conseguem perceber e por isso se tornam naquilo que, simpaticamente, se chamam promessas adiadas.
Na verdade são jogadores que valorizam os tiques de prima-dona em vez de trabalharem para refinar e valorizar o talento que possuem.
O tal jogador a que acima me referi, pelo qual tenho muito apreço, corre sério risco de entrar neste lote.

Óscar Rosas

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